O vício em nicotina é uma teia complexa que enreda muitos indivíduos, impulsionando-os a continuar fumando apesar da experiência inicial ser desagradável. Isso é alimentado pela influência social e pelo caráter viciante da própria substância. O surgimento dos cigarros eletrônicos trouxe uma nova dinâmica, atraindo até mesmo aqueles que evitariam os cigarros tradicionais. 

No entanto, é importante lembrar que a nicotina permanece presente, independentemente da forma como é consumida, trazendo consigo impactos cerebrais prejudiciais. Neste texto, exploraremos como a nicotina age, qual é o papel dos vapes nesse cenário e a necessidade de buscar alternativas para romper esse ciclo de dependência, visando uma vida mais saudável.

O vício em nicotina

Se você fuma – ou fumava –, sabe que a primeira tragada não foi agradável. Mas o indivíduo que utiliza a nicotina continua com o vício, porque fumar é legal no seu grupo de amigos. Isso acontece pelo reforço verbal das pessoas que fazem parte do ambiente dele – os amigos apoiam e encorajam o ato de fumar. Além disso, a nicotina é uma droga psicoativa, ou seja, ela mexe com o funcionamento do seu cérebro e faz você querer sempre mais e mais. A soma desses fatores são responsáveis pelo desenvolvimento e permanência desse comportamento, fazendo com que a pessoa se torne fumante.

“E o que isso tem a ver com os vapes?”

Como falado no parágrafo anterior, o fumo queimado não possui um gosto agradável, por esse motivo, ele é “rejeitado” pelo ser humano, o gosto é ruim, mas o vício perdura pela influência do ambiente e por causa das substâncias que mexem com o seu encéfalo. O que os cigarros eletrônicos fazem? Hackeiam a resposta aversiva à nicotina, isso faz com que as pessoas que nunca colocariam um cigarro tradicional façam o uso da nicotina vaporizada e virem usuários desses dispositivos, ou de cigarros com sabor. Sem falar que esses aparelhos não deixam cheiro ruim ou aquele bafo repugnante e característico dos fumantes do cigarro convencional.

Alguns usuários alegam que o uso desses aparelhos é inofensivo e que eles são uma opção menos nociva do cigarro tradicional. Porém, isso não é verdade, o uso de Vapes (e Pods) é tão nocivo quanto tragar um cigarrinho comum. 

E ATENÇÃO: A NICOTINA AINDA ESTÁ PRESENTE NOS VAPES (E PODS). ELA É UMA SUBSTÂNCIA QUE PREJUDICA A QUÍMICA DO SEU CÉREBRO.

O que fazer?

Estas são algumas informações sobre esses tipos de cigarro que estão fazendo sucesso no mundo atual. Queremos que vocês fiquem informados e façam uso dessa informação, buscando ajuda. Caso você tenha problemas, procure um médico. 

O ato de fumar te expõe ao desenvolvimento de câncer em todos os órgãos periféricos do seu corpo e de outras doenças como diabetes, artrite reumatóide e corre o risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Não há benefícios no uso da nicotina.

Busque construir novos hábitos e criar um ambiente saudável para inibir a execução desse péssimo comportamento.

Quer saber mais sobre a neurobiologia do vício em nicotina?

Lá no Reservatório de Dopamina temos uma aula mais detalhada, intitulada “082 – NICOTINA (E CIGARROS ELETRÔNICOS)”, com Eslen Delanogare*. Entre agora e tenha acesso a esses e a muitos outros conteúdos.

*Eslen Delanogare é neurocientista, psicólogo, palestrante e empresário. Fundador do Reservatório de Dopamina, a maior comunidade sobre desenvolvimento humano e saúde mental do Brasil. Doutorando em Neurociências, pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), pesquisa sobre possíveis efeitos protetores de metformina sobre as alterações metabólicas, comportamentais e neuroquímicas induzidas por dieta rica em gordura em camundongos.