A comunicação – oral e escrita – é um dos instrumentos que nos diferencia de outros animais, uma boa comunicação é crucial para desempenhar o nosso papel de animal humano e de membro de uma sociedade formada por esses mesmos animais. Por isso, não treinar essa habilidade pode ser prejudicial para a nossa funcionalidade como indivíduos humanos sociais, gerando péssimas consequências para a nossa saúde mental.
Provavelmente você conhece alguém que não gosta de se expor ou de falar muito – se não conhece, essa pessoa é você. Seja para um grupo de duas, três ou até mesmo dez pessoas, você se recusa a realizar qualquer atividade que envolva abrir a boca e produzir palavras. Você sabe o motivo dessa esquiva? Por que isso acontece?
Para essa pessoa fazer alguma exposição oral, é algo nocivo, pois a deixa ansiosa, logo, evitar esse tipo de comportamento é algo prazeroso. Lembra da dopamina? O neurotransmissor que gera motivação? À medida que a fuga de se apresentar oralmente se torna cada vez mais prazerosa, o indivíduo se sente mais motivado a não realizar o ato de se comunicar, porque é confortável para ele.
Mas, como mencionado anteriormente, o ato de transmitir ideias através da produção de som é uma habilidade que nos faz ser um animal humano, essencial para viver em sociedade. Para criar laços, para se dar bem no ambiente acadêmico, para se sair bem no trabalho. A fala é algo que pode ser treinado e, por meio da prática, você pode desenvolver uma boa comunicação!
Para isso, é preciso encarar os medos, colocar a cara a tapa. A primeira vez fazendo isso pode ser desconfortável, mas, ao passar do tempo, você vai aprender que o contexto de uma apresentação ou de uma simples conversa não é algo nocivo.
Para vencer o medo de falar, você precisa:
- Praticar a famosa articulação de sons: fale, converse com desconhecidos e conhecidos. A fala serve principalmente para organizar e exprimir pensamentos;
- Estabelecer qualquer tipo comunicação, pode ser com qualquer pessoa. Crie situações para colocar a fala em ação. A dona Maria do mercadinho pode ser sua interlocutora nesta prática. Do micro ao macro, aos poucos, você começa com ela e chega a um público de 30 pessoas. Vá escalando os níveis de exposição.;
- Parar de criar justificativas para não praticar: não crie desculpas, apenas abra a boca e fale;
- Ler: assim você será capaz de expandir seu vocabulário;
- E, por último, NUNCA perca uma oportunidade de falar em público.
Por meio dessa prática constante, você – pessoa que se esquiva a toda hora – vai construir o que chamamos de repertório comportamental, que se constitui das experiências, novas memórias. Dessa maneira, você se tornará um ótimo comunicador.
Quer saber mais sobre a importância de se expor?
Lá no Reservatório de Dopamina temos uma aula mais detalhada com Eslen Delanogare*. Entre agora e tenha acesso a esses e a muitos outros conteúdos.
Além da teoria, você pode por em prática a comunicação! Em nossa comunidade, a Jugular, há o DOPATalks, um evento feito para que nossos alunos façam apresentações orais e, assim, consigam formar um bom repertório comportamental.
*Eslen Delanogare é neurocientista, psicólogo, palestrante e empresário. Fundador do Reservatório de Dopamina, a maior comunidade sobre desenvolvimento humano e saúde mental do Brasil. Doutorando em Neurociências, pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), pesquisa sobre possíveis efeitos protetores de metformina sobre as alterações metabólicas, comportamentais e neuroquímicas induzidas por dieta rica em gordura em camundongos.