Os diálogos estão quase que em extinção nas redes sociais, pois as pessoas não conseguem ficar sem se xingar por alguns momentos. Por que será que o desrespeito acontece tanto na internet? E a resposta é: por causa da polarização.
A divisão extrema nas redes sociais já é um consenso entre os estudiosos — e a culpa ser da internet também. No mundo online, nunca há um meio termo que tente entender determinado fenômeno, os usuários sempre irão para uma das extremidades. Para estudar o extremismo nas redes sociais, os estudiosos pesquisam em alguns espaços que possuem temas específicos, como religião e política. Principalmente o segundo, porque, nos dias de hoje, as redes sociais também servem como um palanque para os governantes.
De acordo com esses estudos, os pesquisadores têm duas hipóteses para explicar o fenômeno da polarização, um deles é a “echo chamber” e a que vai contra a essa “câmara de eco”.
A echo chamber
Nessa câmara, a pessoa se isola em seu próprio nicho e só recebe informações dele personalizadas pelo algoritmo. Em outras palavras, a pessoa não tem acesso às informações do outro extremo, por isso é uma câmara de eco. Então ela começa a consumir aquele conteúdo e a ter contato só com pessoas que pensam da mesma forma. Com isso, a opinião política (por exemplo) deixa de ser uma questão e passa a ser um estilo de vida, porque nosso cérebro adora essa identificação com grupos que compartilham os mesmos ideais.
Ou seja, agora não é mais uma questão de ideias, mas de cultura, uma polarização cultural. Sai da questão política e vira um estilo de vida com roupas, hobbies que identificam aquele grupo. Por essa razão, o debate se torna inviável, porque agora há diversos fatores quase impossíveis de serem considerados na discussão.
A outra hipótese
Ela é contrária à echo chamber. O algoritmo entrega sim as coisas do outro lado, explodindo a câmara. Ao passo que a pessoa recebe conteúdos do lado oposto, há uma pressão em decidir de qual extremo irá fazer parte, pois ou escolhe ou recebe punição.
Há estudos que tentam mostrar como uma opinião se polariza. Um deles expõe que o que acontece é uma “classificação” na qual gera indiferença e antipatia pelos opostos. Por essa razão, o debate se torna emocional, não racional. Agora se ataca a pessoa com xingamentos, não com argumentos.
E, como não há consequência pelo que se faz na internet, as pessoas brigam, são agressivas, cometem crimes, xingam o outro mas não são punidas. Então aqui vai um conselho para você: tome cuidado ao absorver e discutir ideias na internet. Não é só ouvir e repassar, tem de pensar e estudar sobre. Não há problema em ficar no meio.
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