No artigo Linha do tempo da sexualidade, vimos o comportamento sexual humano durante algumas épocas. Neste aqui, daremos continuidade a essa linha do tempo para que você perceba as relações histórico-sociais da sexualidade.
1527: doenças venéreas
Se você é um pouco mais velho, provavelmente conhece o termo “doenças venéreas”, mas sabe qual a origem dele? Faz referência a Vênus, deusa do amor e da beleza. Depois, chamaram de ”Doenças sexualmente transmissíveis”, mas o termo correto é “Infecções sexualmente transmissíveis”. Qual o motivo dessa mudança? Doença implica em sintomas físicos, já as infecções podem ser assintomáticas.
1758: caça à masturbação
Nesse ano, o livro Diseases Caused by Masturbation (Doenças causadas pela masturbação – tradução livre) foi publicado, o que deu início ao estigma da masturbação. É desse livro que vêm os mitos de que explorar o próprio corpo é errado. Também há uma suposição de que a origem da palavra “masturbação” vem do latim manustuprationem. Manus é mão; e stuprare é violentar, ou estuprar. Ou seja, violentar à mão.*
1830: livro sem título
Para reforçar ainda mais a ideia de que a autoexploração era errada, o Livro sem título foi publicado. Nele estavam as ideias de que a masturbação fazia a pessoa babar, vomitar sangue, ter febre, enlouquecer, etc. Até hoje temos os resquícios desses mitos, mas, na verdade, a ciência mostra que explorar o próprio corpo faz bem a nossa saúde.
1870: preservativos de borracha
Nessa época, surgiram os primeiros preservativos feitos de borracha. Eles eram extremamente grossos e, provavelmente, desconfortáveis. Se você acha ruim os preservativos de hoje, imagine quem vivia nessa época.
* Fontes: https://www.dicionarioetimologico.com.br/masturbacao/
Simião, A. R. M., & Simanke, R. T. (2021). A História do Conceito Onanismo na Psiquiatria dos Séculos XVIII e XIX (Parte 1). Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 21(2), 805–825. https://doi.org/10.12957/epp.2021.61070
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Gabriela Cruz é uma psicóloga clínica que possui 12 anos de experiência, especialista em Sexualidade Humana, formada em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Cognitiva Sexual. É supervisora clínica e coordenadora de equipe na Clínica BeHealth.