No livro “Cem anos de solidão”, de Gabriel Garcia Márquez, o personagem José Arcádio Buendía não tem tanto um vínculo com os filhos porque “considerava a infância um período de insuficiência mental […]”, então ele preferia dar atenção à alquimia do que a eles.
Essa situação ficcional é interessante por dois motivos: a tal da insuficiência mental na infância e o afastamento entre pai e filhos. As duas situações são paradoxais. Pois, não é isso que acontece no primeiro período da vida, as crianças não têm um cérebro inferior, elas estão com ele em desenvolvimento. E a conexão, que é o que José Arcádio Buendía não pode oferecer, ajuda no processo de maturação dos pequenos.
A falta de elo de mães e pais com o bebê pode gerar padrões disfuncionais, já que as necessidades físicas e emocionais não foram suprimidas. Isso resulta em riscos e na má formação do cérebro. O vínculo entre mamãe e filho, por exemplo, acontece principalmente na amamentação, que é quando ela libera dopamina — e o bebê também. Para isso acontecer, a maternidade deve ser prazerosa, motivadora, e o companheiro(a) dessa mãe precisa prestar atenção nela e no bebezinho.
Ao contrário de José Arcádio Buendía, você precisa cuidar do desenvolvimento infantil de seus filhos ou crianças que vivem ao seu redor — e só depois dedicar um tempo para as suas coisas.
Quer saber mais sobre vínculo e desenvolvimento?
No Reservatório de Dopamina, temos o módulo de Neurociência da Infância com Daiane Fraga, para que você possa entender as necessidades de um cérebro em desenvolvimento.