Existem alguns tipos de fome. Neste texto, vamos falar sobre duas dela para explicar o motivo de você utilizar as “comidas rápidas” para se sentir “menos cansado”. Mas antes de falar sobre elas, vamos sobre a…
“Síndrome de Jaque”
Nós desejamos que você tenha uma vida leve e tranquila, mas isso não significa ceder aos prazeres a curto prazo. A vida é feita de momentos prazerosos e não prazerosos. “Já que eu trabalhei muito hoje, mereço uma cervejinha nesta segunda-feira à noite”. “Já que eu estudei hoje por três horas seguidas, vou comer um sacão de salgadinho de milho”. Daí vem o termo “síndrome de jaque”, é um conjunto de comportamentos justificados por frases iniciadas com o “Já que…” Se você pensa e age dessa forma, é provável que tenha um senso distorcido de merecimento e, consequentemente, busque essas recompensas mais agradáveis.
Ter um sustento – por causa do trabalho – e ter adquirido algum conhecimento com o estudo já são coisas gratificantes. Não precisa utilizar comidas não saudáveis para se recompensar.
A partir do conhecimento sobre essa deformação no seu senso de merecimento, conheça os tipos de fome e o porquê elas são usadas para sentir de alguma maneira.
Lembrando que isso é apenas uma expressão inventada, não é uma síndrome real.
Fome Fisiológica
Essa é a fome “de verdade”, ela surge quando há a necessidade de ingerir os nutrientes primordiais para o funcionamento do nosso corpo.
Nesse tipo de fome, você sente alguns sintomas como dor no estômago, desconforto na barriga, dor de cabeça, às vezes. Esses são os sinais fisiológicos de que você precisa reabastecer.
A fome fisiológica é uma busca por recompensa, já que você está ingerindo o alimento para ficar saciado. Mas, quando você come apenas para se sentir bem, para buscar uma recompensa mais prazerosa e rápida, chamamos isso de:
Fome emocional
Esse tipo é caracterizado pela função emotiva que você dá à comida. Num dia de enfado mental e físico, você está esgotado e cheio de preguiça, que tipo de alimento você vai ingerir? Os famosos alimentos hiperpalatáveis.
O que são esses alimentos cujo gosto é extremamente agradável ao paladar? Pizza, hambúrguer, sorvete e outras “comidas rápidas”. Neles, há o uso exagerado de gordura, de sódio, de açúcar e de carboidratos para torná-los mais saborosos. Esse tipo de comida, a longo prazo, traz inúmeros malefícios ao corpo, porém, você sabe, que a curto prazo proporciona prazer.
Por isso que, nesse caso, a alimentação não tem como finalidade a reposição das energias, mas sim uma ilusão de cura para o cansaço, ou de algo recompensador. “Trabalhei muito durante o dia, agora preciso me recompensar comendo uma pizza grande inteira”.
Ao longo do tempo, esse tipo de relação com a comida pode trazer alguns malefícios como:
- Obesidade;
- Vício;
- Desregulação emocional – quando o alimento faltar;
- Transtornos alimentares.
O que fazer?
- Modifique seu ambiente, dificulte o alcance ao alimento ruim para que você seja desestimulado a buscá-lo;
- E isso vale também para os aplicativos de entrega: desative as notificações deles (ou desinstale todos, se puder!);
- Faça marmitas para a semana toda, assim você poupará tempo e não poderá usar a desculpa do ‘estou muito cansado para cozinhar’;
- Durma bem. Um sono de má qualidade pode deixar você mais impulsivo para consumir alimentos não saudáveis. Lembre-se: você precisa ter no mínimo 7h de sono por dia;
- Procure outros modos para se recompensar de um dia longo de trabalho, ler um livro, ouvir música, assistir a um episódio daquela série ou então descansar.
Não que seja proibido comer ultraprocessados, mas, para esse tipo de alimento, devemos estabelecer uma situação, como a refeição livre da semana, por exemplo. Ingerir essas comidas não deve ser uma regra, mas exceção. Com isso, você poderá aproveitar uma vida longa, de qualidade.
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*Eslen Delanogare é neurocientista, psicólogo, palestrante e empresário. Fundador do Reservatório de Dopamina, a maior comunidade sobre desenvolvimento humano e saúde mental do Brasil. Doutorando em Neurociências, pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), pesquisa sobre possíveis efeitos protetores de metformina sobre as alterações metabólicas, comportamentais e neuroquímicas induzidas por dieta rica em gordura em camundongos.
Uma resposta
Muito bom! Somos RD!!🎈